# UnidasPorUmCorpoFeliz

Uma publicação diferente do habitual. Um dos textos mais pessoais que alguma vez escrevi. A minha parte na colaboração entre bloggers...


Uma publicação diferente do habitual.
Um dos textos mais pessoais que alguma vez escrevi.
A minha parte na colaboração entre bloggers: #unidasporumcorpofeliz; um desabafo acerca da visão que temos do nosso corpo e a forma como gostamos dele tal como é, sem deixar a sociedade ditar regras sobre o que devemos ser ou não.


   Gosto de acreditar que há momentos na vida em que conseguimos perceber o valor desnecessário que, durante muito tempo, demos a pormenores que não têm qualquer relevância e, finalmente, conseguimos ver determinadas coisas com maior clareza, sem qualquer filtro, pelos nossos próprios olhos. É assim que descrevo a visão que temos do nosso corpo.
   Ao longo da nossa vida crescemos rodeadas de estereótipos e juízos de valor. Como podemos distinguir o que é um juízo de valor da realidade? Cedo comecei a questionar-me acerca do porquê de determinado estereótipo ser bonito ou ser considerado “o ideal”, acerca do que significa ser considerado bonito e, afinal, acerca de quem é que decide o que ser bonito realmente significa? Confesso que nem sempre obtive resposta para todas as perguntas. Aliás, muito ainda está por questionar. No entanto, consegui abrir a minha perspectiva, assim como, estar atenta ao que verdadeiramente me faz feliz.
   A primeiríssima conclusão que tirei foi que a pressão que a sociedade coloca em nós não vale a pena. É algo ainda complicado de pôr em prática no quotidiano, pois, como já apontei no início, estamos demasiado rodeadas por estereótipos impostos por rostos e fracções anónimas da sociedade, tanto que se torna difícil não nos compararmos a esses mesmos estereótipos. Acredito que não é ao acaso que o ideal de um corpo perfeito/bonito muda ao longo dos tempos. O que outrora seria o corpo ideal não o é nos dias de hoje e, muito provavelmente, será totalmente diferente do ideal de amanhã. Portanto, não nos cabe a nós tentar satisfazer todos esses requisitos para, então, nos sentirmos bonitas e, muito menos, felizes. Lembro-me de encontrar uma imagem na Internet que retratava o momento preciso em que era entregue o prémio à miss vencedora do concurso de beleza e, do seu lado direito, o rosto da “vencida” espelhava tamanha tristeza e vergonha que a pobre coitada tinha os olhos postos no chão; não só não conseguiu olhar para a colega vencedora, como também, nem tão pouco olhou o público que as aplaudia eufórico. Essa competição é desnecessária. Enquanto não nos aceitarmos nunca conseguiremos ser felizes. O mundo precisa de encontrar a beleza na imperfeição.
   Desde então, preferi revoltar-me contra a perfeição. E, no meu caso em particular: so what eu tenho celulite? Eu sou saudável! So what eu não tenho o peito que queria? Eu sou saudável! Em várias outras coisas vive a minha beleza natural e essa ninguém ma pode tirar. Eu recuso conformar-me com o que dizem que eu devo ser. Eu sou muito além disso. Eu sou eu. E nada é mais bonito do que esta afirmação!
   É por isso que as mulheres se devem apoiar entre si, partilhar as suas belezas e, acima de tudo, manterem-se #UnidasPorUmCorpoFeliz. Pois só assim poderemos mudar os trilhos que a sociedade impõe sobre nós e assumir juntas a nossa vez de definir o que é bonito e o que é ideal. E tudo isso vai muito além do número que assombra a nossa balança ou o da roupa que vestimos.


Façam vocês também uso da hashtag #UnidasPorUmCorpoFeliz e partilhem todo o amor que sentem pelo vosso corpo! Sem vergonhas!

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4 comentários

  1. Adorei! :)
    Também já me soltei desses estereótipos há muito, apesar do meu problema maior ter sido sempre pessoas (pessoas... mais depressa lhes chamava coisas!) a apontarem-me o dedo pelo que quer que fosse... Mais uma vez, adorei o que escreveste. Está fantástico :)
    xoxo, Ana

    The Insomniac Owl Blog

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  2. És jeitosa como és mulher! Assim como todas as mulheres são bonitas, independentemente da forma do seu corpo.

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  3. Grande iniciativa :) é verdade e, para as mulheres, a pressão imposta pela sociedade e pela comunicação social é absurda. Torna-se difícil gostarmos do que vemos ao olhar para o espelho. Acabamos por ser influenciadas e contrariar essa tendência é um processo lento.
    Não vou ser hipócrita, há dias em que não gosto nada do que vejo. Nesses dias, tendo a usar o belo mote "fuck it". Arranjo-me, faço uma pose mais jeitosa ao espelho, em vez de estar ali feita tronga monga, toda marreca.
    Tiro fotos à toa, até conseguir uma que goste - mesmo que não tencione partilhá-la com ninguém, a não ser comigo mesma - e, de repente: epa, afinal até sou jeitosa hahaha
    Gostei :) beijinhos

    http://amarinar.blogspot.pt/2015/08/sabado-no-prego-da-peixaria.html

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